domingo, 16 de março de 2008

Sócrates tem "discurso gasto"

Menezes acusa primeiro-ministro de ter "discurso gasto" e recusa responder críticas internas

O presidente do PSD, Luís Filipe Menezes, voltou hoje, em Valpaços, a atacar o "discurso gasto" do primeiro-ministro e reafirmou a "dinâmica fortíssima" dos sociais-democratas, recusando-se a comentar as críticas internas no partido que lidera.

Luís Filipe Menezes aproveitou a visita à Feira do Folar de Valpaços para avaliar o comício que o PS organizou sábado, no Porto, criticando o "discurso de fim de ciclo" do primeiro-ministro, José Sócrates.

Durante o comício, o socialista Jorge Coelho acusou o PSD de ser um "partido desorganizado".


Hoje, Menezes contra-atacou dizendo que, no seu discurso, Jorge Coelho "já não conseguiu mentir"."Ontem (sábado) não vi o doutor Jorge Coelho com uma mensagem minimamente perceptível em defesa do Governo", salientou.

O presidente afirmou que o PSD é um "partido fortíssimo".

"O PSD está com um dinâmica fortíssima. Aliás é por isso que se fala do PSD, se nós estivéssemos tão frágeis não falavam de nós", sustentou.

Segundo as suas próprias contas, o PSD tinha sexta-feira, em Viseu, 1.500 militantes a pagar o seu jantar e "não a ir em camionetas arrebanhados para um comício".

"Ontem (sábado) tivemos centenas de simpatizantes em Vale de Cambra, em Santa Maria da Feira e em Ílhavo e aqui estamos com presidentes de câmara vencedores e ganhadores desta região", acrescentou.

Para o presidente do PSD, se os adversários se incomodam com a "pretensa fraqueza" do seu partido é um "bom sinal".

Luís Filipe Menezes salientou ainda que o líder do PSD está "fortíssimo e imparável".

Apesar da insistência dos jornalistas em comentar as críticas internas no PSD, nomeadamente do presidente da Câmara de Cascais, que considerou que a abolição do pagamento de quotas no PSD, que Menezes anunciou ir propor no próximo congresso, é "escancarar a porta à desvergonha".

"Por mais esforço que os senhores façam eu estou aqui para falar de Portugal, dos portugueses, dos seus problemas e não de questões menores que os portugueses não entendem", salientou.


Por isso, de regresso à política nacional, o líder social-democrata referiu que o comício do PS foi "manifestamente uma organização muito defensiva".

"Quando o partido que é do poder, que tem o discurso da arrogância, de que comanda o país e não tem alternativa, se refugia num pequeno pavilhão no centro da cidade, com duas ou três mil pessoas é um sinal de fraqueza".

Quanto ao discurso do primeiro-ministro, o líder do PSD diz que é um "discurso gasto, que mais uma vez se agarra, quase estritamente, ao único emblema que tem, que é o défice orçamental, mas que não quer falar daquilo que é a perca de poder de compra dos portugueses, que é o crescimento económico mais medíocre da União Europeia".

Criticou ainda a "incapacidade" do Governo de lidar com os grupos profissionais e sócio-profissionais mais dinâmicos da sociedade portuguesa, como os professores, médicos, notários, com todos os grupos que têm sido hostilizados.

"O primeiro-ministro não fala do interior, da desertificação, do abandono, do fecho de serviços, e de uma matéria que está em cima da mesa e que vai dar polémica, que é o encerramento de tribunais. Duzentas comarcas vão desaparecer em Portugal. É um discurso em fim de ciclo", frisou.

Lusa

Sem comentários: