segunda-feira, 17 de março de 2008

"Depois de ministro a mais, temos agora ministra a menos"

O presidente do PSD, Luís Filipe Menezes, alertou hoje para o que considerou ser uma "ausência de política de saúde", defendendo a necessidade de criar novos incentivos que permitam atrair os profissionais para as zonas do interior do país.

"Tínhamos ministro a mais, agora parece que temos ministra a menos", afirmou Menezes, em declarações aos jornalistas, no final de uma visita ao Centro de Saúde de Vieira do Minho.

"Viemos visitar uma unidade de saúde do interior do país para alertar que estamos a passar de uma fase em que existia uma política algo voluntarista e muito contestada para uma situação preocupante de ausência de política", salientou o líder social-democrata.

Menezes manifestou especial preocupação com o processo de criação das Unidades de Saúde Familiar (USF), que estão muito abaixo das expectativas do governo.

"A expansão das USF está a tardar a chegar ao interior, é necessário que sejam criados incentivos complementares para que os profissionais de saúde se mobilizem para vir para o interior", defendeu.

Para Menezes, "o actual modelo das USF não é transportável do litoral para o interior nas actuais condições", frisando que se "corre o risco de ter uma saúde de primeira (no litoral e grandes cidades) e de segunda (no interior)".

Na perspectiva do presidente do PSD, "não está a haver capacidade de recrutamento de profissionais" de saúde para as zonas do interior do país, recordando que a luta pelo desenvolvimento das áreas mais afastadas do litoral é "uma cruzada do PSD".

"É absolutamente imprescindível olhar para o interior, não numa lógica de solidariedade, mas de desenvolvimento", frisou, alertando que o interior português "está mais perto de Espanha do que do litoral".

Por essa razão, Menezes considerou que o desenvolvimento do interior "é indispensável para um Portugal competitivo", revelando que vai iniciar em Abril um "roteiro" durante o qual apresentará novas propostas do PSD nesta área.

Luís Filipe Menezes visitou o Serviço de Atendimento Permanente (SAP) do Centro de Saúde de Vieira do Minho mas frisou que não tem "nenhuma informação" que aponte para a existência de uma intenção do governo que vise o seu encerramento.

Pelo contrário, esse receio existe em Fafe, onde, depois de ter sido encerrado o SAP, se coloca agora a possibilidade de também ser fechado o serviço de urgência do hospital local.

"Existe um receio justificado", admitiu Menezes, depois de ter sido abordado por alguns elementos do PSD/Fafe no final da visita ao Centro de Saúde de Vieira do Minho, que o alertarem para o problema.

Para o líder social-democrata, "é inaceitável" o encerramento de qualquer serviço de saúde no país, sem que exista previamente "um estudo detalhado e inteligível" que permita sustentar essa decisão.

Lusa

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