sábado, 15 de março de 2008

"Os barões que me interessam são os militantes de base"

O presidente do PSD, Luís Filipe Menezes, disse ontem à noite, em Viseu, que os “barões” que lhe interessam são os “militantes de base”, desvalorizando os ataques internos à sua liderança.

Discursando no final de um jantar-convívio do PSD do distrito de Viseu, Luís Filipe Menezes considerou que, “em democracia, a legitimidade maior não é a do voto expresso”, que acontece no momento em que militantes ou cidadãos são chamados a dar uma opinião.

“Em democracia é preciso no quotidiano legitimar aquilo que decorre da votação popular. E se acho que há legitimação que nos dá a força da convicção de que vamos vencer é esta”, afirmou, referindo-se às 1.200 pessoas presentes.

“Alguém reuniria à volta de um projecto que não acreditasse com esta mobilização?”, questionou.
O líder social-democrata admitiu que “um partido tem necessariamente as suas quezílias internas, mas há quezílias que são boas”.

“Na nossa adolescência temos borbulhas na cara. Não significa que, de um momento para o outro, passámos a ser feios para depois voltarmos a ser bonitos", comparou, acrescentando que tal significa “o crescimento, o amadurecimento, a mudança de projecto”.

Na opinião de Luís Filipe Menezes, “o PSD hoje está no bom caminho”, percebendo que “para combater o poder socialista precisa de muita energia, de voltar às bases, de lhes dar de novo carinho”.

"Há muito tempo que não se vê no partido um presidente ser acompanhado pelo seu secretário-geral, pelo seu presidente do grupo parlamentar e no distrito ter três quartos dos presidentes de Câmara mobilizados num combate comum”, afirmou Luís Filipe Menezes, que esteve em Viseu acompanhado por Pedro Santana Lopes e por Ribau Esteves.

Pedro Santana Lopes frisou que o PSD tem um líder que “está a tomar medidas que são difíceis, posições que são corajosas”.

“Por isso mesmo, a nossa obrigação não é estar a pôr-lhe armadilhas à frente, atrás, ao lado, a nossa função é ajudar”, exortou Santana Lopes, acrescentando que “está na hora de acabar com a conversa estragada, de acabar com o que é secundário”.

Apelos idênticos foram deixados pelo presidente da distrital de Viseu do PSD, José Cesário, e pelo autarca Fernando Ruas, que admitiram ambos não ter votado em Luís Filipe Menezes.

Fernando Ruas afirmou que agora é hora de os social-democratas “se unirem em torno de um líder”, dizendo não fazer sentido que, como no futebol, quando um jogador vai para rematar, “alguém da sua equipa lhe passe uma rasteira”.

Lusa

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