terça-feira, 29 de abril de 2008

Sessão solene do 25 de Abril

Exmo. Sr. Presidente da Assembleia Municipal
Exmo. Sr. Presidente da Câmara
Srs. Vereadores, Srs. Deputados
Minhas Senhoras e Meus Senhores

Começo esta minha intervenção, na invocação do 34º Aniversário do 25 de Abril, que deveria servir como base de criação de um projecto de ideais para as gerações vindouras, colocando uma questão.

O porquê do afastamento e do cepticismo dos cidadãos, especialmente os jovens, em relação à política e à participação democrática?

É assustador a ignorância revelada pela juventude, especialmente em idade escolar, acerca de assuntos políticos e marcos da nossa história democrática.
É frequente ouvir comentários depreciativos acerca da classe política, demonstrações de indiferença das decisões políticas acerca de assuntos essenciais do nosso dia-a-dia, assistindo a abstenções inexplicáveis, ao ponto dos referendos até hoje realizados, não poderem ser ratificados.
Que leitura fazer, após todos estes anos de invocação do 25 de Abril, por parte de alguns dos seus intervenientes, tendo grande parte dos mesmos se tornado na classe política actual?
Eu tenho a minha, e essa resume-se ao autismo demonstrado por toda a classe política em relação ao mundo real. O se fecharem em Assembleias discutindo estratégias e orientações definidas pelas chamadas elites, não evoluindo no sentido das necessidades, das esperanças e do bem estar dos cidadãos, sendo os mesmos considerados eleitores, ou seja, números.
Não podemos constantemente aguardar tomadas de decisões estratégicas, lançamento ou apresentação de obras em função de ciclos eleitorais.

A construção de um Estado de Direito Democrático é um processo permanente, não se resume a uma data, e como todos sabemos, tínhamos por obrigação de ter um País mais desenvolvido, mais justo e mais solidário. Um País com uma justiça mais célere, acessível a todos, onde não se confunde rigor e autoridade como ameaça à Liberdade, e onde a mesma não seja utilizada para tudo se dizer, ou fazer, não respeitando os outros.

Urge por isso a necessidade de elevar toda a classe política, que se encontra desacreditada, conquistar o interesse na actividade política por parte das gerações mais novas, e de pessoas, que pelas actividades que desenvolvem, pelas experiências que adquiriram, possam ser uma mais valia no quadro político actual, trazendo de forma descomprometida ideias e inovação para os centros de decisão.

Em jeito de conclusão, gostaria de lançar um repto aos presentes, políticos e cidadãos em geral, olhem à Vossa volta, discutam temas que considerem pertinentes ao Vosso bem estar e dos que Vos rodeiam, elaborem planos e ideias e tragam-nas aos locais apropriados de debate e decisão, sem complexos ou receios, sendo precisamente essa uma das mais importantes conquistas de Abril.

VIVA O 25 DE ABRIL

VIVA PORTUGAL

Micael Raposo PPD/PSD

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