sábado, 19 de abril de 2008

Portugueses perderam três anos com Governo PS

A análise aos três anos de Governação do Partido Socialista e as suas consequências desastrosas para os portugueses foi o tema principal do debate, realizado terça-feira, organizado pela Distrital de Setúbal do PSD e que contou com as presenças do seu presidente Bruno Vitorino, do deputado à Assembleia da República e economista Miguel Frasquilho e do professor catedrático e economista Jorge Vasconcellos e Sá.

No balanço dos três anos de Governação PS, a Distrital de Setúbal do PSD escolheu as áreas de economia, produtividade e bem-estar como temas a abordar, tendo em conta que neste período existiu uma perda de qualidade de vida, mais desemprego, menos investimento e um maior endividamento das famílias portuguesas.

Para Bruno Vitorino, estes foram "três anos de promessas não cumpridas, três anos perdidos". O dirigente social-democrata destacou "o aumento das taxas moderadoras na saúde, os problemas na justiça, na educação, a insegurança vivida pelos portugueses, já para não falar dos tiques autoritários de um Governo que ameaça a liberdade de expressão".

O presidente da Distrital de Setúbal do PSD sublinhou que os anúncios de grandes investimentos para a região, como o novo aeroporto e a terceira travessia do Tejo, são "bem-vindos", mas que só por si "não vão ajudar a resolver os problemas".

"É importante que venham acompanhados de investimento em áreas fundamentais para que possam ajudar ao desenvolvimento do distrito", acrescentou Bruno Vitorino, lembrando ainda a necessidade da construção da travessia Algés-Trafaria e da ligação rodoviária Barreiro-Seixal.

O dirigente social-democrata quer ver esclarecidos os prazos para a conclusão da CRIPS, questionando se esta vai ter ou não portagens. "E em relação ao Metro Sul do Tejo, quais são verdadeiramente os seus atrasos. Será que vai até ao Barreiro? E à Moita?"

Bruno Vitorino diz que o distrito de Setúbal "continua a ser esquecido pela administração central, com cortes escandalosos e injustos no investimento público. Em três anos tivemos 60% de cortes no PIDDAC".

"Para derrubar este Governo é preciso um PSD forte, coeso, unido, organizado a falar a uma só voz. É para isso que estamos a trabalhar no Distrito de Setúbal. A nossa acção tem sido uma constante na defesa da região e da sua população".

Portugal é o segundo país mais endividado da zona euro

Miguel Frasquilho lembrou que "Portugal viu a promessa da criação de 150 mil empregos", explicando que em 2004 existiam 365 mil desempregados e que em 2007 o número de pessoas sem emprego rondava os 450 mil, ou seja, ao contrário do anunciado o desemprego aumentou.

Portugal é um dos países da União Europeia que menos tem crescido, cujo nível de vida se tem vindo a degradar face à média europeia, e é o segundo país "mais endividado da zona euro", tendo o endividamento das famílias vindo a aumentar nos últimos anos. "Nos últimos três anos Portugal tornou-se, assim, em termos relativos, um país mais pobre face aos nossos parceiros e um país mais desequilibrado e injusto socialmente", referiu.

Relativamente à carga fiscal, o deputado e economista sublinhou que nestes três anos de Governação PS se deu "o maior aumento de impostos de que há memória". Nove impostos aumentaram, tendo os portugueses pago mais 550 euros entre 2005 e 2008.

A redução do IVA em 1% foi uma medida considerada "eleitoralista", que, segundo Miguel Frasquilho, devolve a cada português pouco mais de 20 euros.

O deputado prevê que com o aproximar das eleições "vão ser reduzidos mais impostos". Não por razões económicas (que seriam "boas razões"), mas por razões meramente eleitoralistas e de táctica política (que são as "piores razões").

"Portugal ouviu promessas e anúncios, o que não vê é resultados positivos para os portugueses", concluiu.

"Portugal demorará um século a convergir com a UE"

Baseado em dados oficiais do Eurostat, o professor catedrático Jorge Vasconcellos e Sá referiu que os níveis da economia portuguesa são "desastrosos".

Portugal ocupa o último lugar ao nível da produtividade na União Europeia a 15, sendo que as perspectivas de melhoria não são nada animadoras. "As perspectivas são de que a produtividade não melhore nos próximos anos. A produtividade é o motor da economia", explicou.

Jorge Vasconcellos e Sá deu como exemplo o facto de os salários portugueses serem 56% mais baixos que os gregos e 67% mais baixos do que em Espanha.

"Em 33 anos de democracia, Portugal aproximou-se 8,4% da média da União Europeia em termos de PIB per capita", acrescentou.

O professor catedrático afirma que entre 1984 e 1992 decorreu o "período de ouro" da economia portuguesa. No entanto, desde 2001 até aos dias de hoje tem vindo a existir um "progressivo declínio".

"Se a diferença das taxas de crescimento no passado, entre Portugal e a União Europeia, se mantiver, o nosso país demorará um século a convergir", sublinha Jorge Vasconcellos, acrescentando que "não há nenhum país que esteja há 9 anos a afastar-se da média europeia sem ser Portugal".

Para o professor catedrático, bastava que Portugal mantivesse o nível de convergência que tinha em 1992, para que em 34 anos se atingisse a média europeia, ou seja, "um século antes daquilo que os cálculos actuais representam".

Dentro de três anos, Portugal apenas estará melhor que Polónia, Hungria, Roménia e Bulgária, dentro dos 27 países da União Europeia.

As implicações desta situação vão-se repercutir ao nível do desemprego, do endividamento das famílias, na desigualdade na distribuição de rendimentos, no aumento da emigração, no esforço das mulheres, num maior sofrimento dos jovens e numa desmotivação generalizada.

Jorge Vasconcellos e Sá defende que o panorama económico poderia melhorar substancialmente se existisse liberdade económica, o que iria incentivar cada trabalhador a dar o seu melhor, o que iria permitir não trabalhar mais, mas melhor.

Setúbal, 16 de Abril de 2008

A Comissão Política Distrital de Setúbal do PSD

1 comentário:

PSD Sines disse...
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